Banco do Brasil (BBAS3) cai e fica abaixo dos R$ 21, arrastando Ibovespa junto
Setor bancário e varejistas fazem peso contrário no principal índice da B3, apesar de ganhos em PETR4 e VALE3.
O Banco do Brasil (BBAS3) sobe forte na bolsa nesta quarta-feira (10). Com isso, vai recuperando a cotação de R$ 22 por ação, perdida dois meses atrás.
📈 Às 15h, o papel avançava 3,22% e era negociado por R$ 22,09. Na máxima do dia, chegou a tocar nos R$ 22,25, o maior patamar desde 8 de julho.
O motivo para a disparada está na MP (Medida Provisória) que libera R$ 12 bilhões para a renegociação de dívidas rurais.
A expectativa da CEO do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, é de que aproximadamente metade desse valor vá para clientes da instituição.
Em entrevista ao "Estadão", ela explicou que a MP visa atender cerca de 100 mil produtores e contou que só o Banco do Brasil tem cerca de 48 mil clientes inadimplentes no período entre 15 e 90 dias.
A MP deve, então, acelerar o "processo de retomada de resultado" do BB, que viu seu lucro despencar nos últimos dois trimestres devido ao avanço da inadimplência e das provisões contra perdas.
"Nós seremos incansáveis na busca da renegociação da regularização para que os produtores retomem a capacidade de produzir e a capacidade de crédito, e que o banco aumente a velocidade de regularização e de concessões", afirmou Tarciana.
Tarciana Medeiros avisou, no entanto, que a melhora dos resultados do BB só deve se manifestar de forma clara a partir do quarto trimestre de 2025.
🗓️ A CEO projeta um "resultado mais estressado no terceiro trimestre, com retomada a partir do quarto". Contudo, vê chances de uma retomada "acelerada, a partir do momento em que a gente entenda como vai se dar essa velocidade de renegociação dos produtores".
"Com essa linha de renegociação, entendemos que, no quarto trimestre, podemos ver um número maior de concessões e, por consequência, um número menor de novos produtores entrando em inadimplência", afirmou.
As ações do Banco do Brasil chegaram a ser negociadas por R$ 30 em maio. Contudo, derreteram na bolsa depois disso, diante da apreensão do mercado com os resultados da instituição.
O lucro do BB caiu 20,7% no primeiro trimestre e afundou 60,2% no segundo trimestre de 2025. Com isso, o banco reviu as projeções para este ano, reduziu o payout e adiou o pagamento de dividendos.
As ações do BB chegaram a bater na mínima de R$ 18,12 em agosto, enquanto o mercado projetava o tamanho do tombo do segundo trimestre. Depois disso, tentam uma recuperação, que foi impulsionada nos últimos dias pela MP para renegociação de dívidas rurais.
Setor bancário e varejistas fazem peso contrário no principal índice da B3, apesar de ganhos em PETR4 e VALE3.
Nesta sexta-feira (5), o índice avançou 1,2%, fechando aos 142.691,02 pontos, após alcançar a máxima de 143.408,64 durante o pregão.