Como fazer o dinheiro trabalhar para você?
A poupança sempre foi o "porto seguro" para a maioria dos brasileiros, mas será que esse investimento ainda faz sentido nos dias de hoje?
A verdade é que, com mais de 67 milhões de brasileiros guardando pelo menos R$ 100 na caderneta, essa aplicação continua sendo o primeiro contato da maioria das pessoas com o mercado financeiro.
No entanto, será que ela ainda é a melhor escolha para quem quer ver seu dinheiro crescer?
A seguir, vamos explorar como a poupança funciona, quais são suas vantagens e desvantagens, e, mais importante, quando é o momento de deixar essa aplicação de lado e migrar para investimentos mais rentáveis.
A poupança é uma aplicação de renda fixa, extremamente popular e acessível no Brasil, o que a torna a porta de entrada de muitos brasileiros no mundo dos investimentos.
Por ser simples de entender e de utilizar, qualquer pessoa pode abrir uma conta poupança, seja maior ou menor de idade.
Para os menores, a poupança pode ser aberta em seu nome desde que haja a supervisão de um responsável legal, como os pais.
A grande vantagem da poupança está na sua facilidade de acesso e operação.
Não há burocracia excessiva: basta apresentar documentos básicos como RG, CPF e comprovante de residência em um banco de sua preferência, e a conta estará aberta rapidamente.
Não é necessário um depósito inicial mínimo, o que faz dela uma opção para quem está começando a juntar dinheiro, sem grandes quantias.
Um ponto que merece destaque é que a rentabilidade da poupança é a mesma em qualquer banco, já que sua taxa de rendimento segue uma regra padronizada, definida pelo governo.
Ou seja, a escolha do banco não altera o retorno do investimento. Isso difere de outros produtos financeiros que variam de acordo com a instituição financeira que os oferece.
Por ser uma renda fixa, a poupança tem uma característica previsível: o investidor sabe que receberá o retorno com base em uma regra que envolve a Taxa Selic (quando esta estiver abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic + TR, e quando estiver acima de 8,5%, a remuneração será de 0,5% ao mês + TR).
Isso gera um conforto para quem busca estabilidade, especialmente em cenários de incerteza econômica.
Um dos principais atrativos da poupança é que ela é isenta de taxas. Não há qualquer cobrança de taxa de administração, performance ou de abertura de conta.
Isso a diferencia de outras aplicações financeiras, como fundos de investimento, que costumam ter custos associados à sua operação e gestão.
Além disso, não há taxa de transferência entre contas correntes e poupanças dentro do mesmo banco, o que facilita o uso diário.
Outra característica importante da poupança é que seus rendimentos são isentos de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas.
Isso a torna atraente para pequenos investidores, que preferem manter suas economias sem a preocupação de ter parte dos rendimentos retidos pelo Leão.
Vale lembrar, porém, que apesar da isenção nos ganhos, o saldo da poupança deve ser declarado no Imposto de Renda caso supere o valor de R$ 140.
A segurança oferecida pela poupança é um de seus maiores trunfos.
Ela conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que significa que, em caso de falência ou problemas graves na instituição financeira, o investidor tem a garantia de recuperar até R$ 250 mil por CPF e por instituição.
Isso traz uma tranquilidade para quem tem medo de investir em ativos mais arriscados ou em instituições menos conhecidas.
A poupança tem uma simplicidade que poucos produtos financeiros oferecem. Você não precisa entender termos complexos ou se preocupar com a volatilidade do mercado.
É uma opção prática para quem quer apenas guardar dinheiro de forma segura.
Além disso, a poupança é ideal para quem quer começar a desenvolver o hábito de economizar, sem comprometer-se com aplicações mais sofisticadas ou que exigem conhecimento financeiro.
A poupança oferece liquidez diária, ou seja, o dinheiro pode ser sacado a qualquer momento, o que é um grande diferencial.
Isso faz com que a poupança seja vista como uma "reserva de emergência", já que os recursos estão sempre disponíveis, sem prazos de carência ou multas por resgates antecipados.
Diferente de investimentos que podem ter períodos de carência ou demorar dias para liberar os recursos, na poupança o dinheiro está pronto para ser usado imediatamente quando necessário.
A poupança é uma das formas de aplicação mais antigas no Brasil e, por isso, carrega uma imagem de tradição e segurança.
Desde o século 19, com sua criação por Dom Pedro II, ela tem sido o principal refúgio financeiro para milhões de brasileiros. Isso também reflete em sua popularidade: muitas pessoas têm confiança nesse produto, o que explica o grande número de contas abertas.
Embora a isenção de Imposto de Renda seja um grande atrativo, a rentabilidade baixa da poupança nos últimos anos vem sendo criticada por analistas financeiros.
Em cenários de juros baixos, a rentabilidade da poupança tende a ser muito próxima da inflação, o que muitas vezes significa que o ganho real (rendimento descontada a inflação) é próximo de zero, ou até negativo em alguns casos.
Isso significa que, embora o investidor não pague IR sobre os ganhos, ele pode acabar perdendo poder de compra ao longo do tempo.
Com as mudanças no cenário econômico, especialmente em momentos de inflação alta e juros baixos, a poupança tem perdido competitividade em relação a outros produtos financeiros, como CDBs, LCIs, LCAs e títulos públicos.
Apesar disso, ela continua sendo a escolha preferida de quem valoriza a simplicidade e a segurança.
A rentabilidade atrelada à Selic tornou-se um fator importante para avaliar se a poupança vale a pena em diferentes cenários econômicos.
Quando os juros estão altos, ela oferece um rendimento mais atrativo, mas, com a Selic baixa, os rendimentos da poupança tendem a ser insuficientes para bater até a inflação.
Um dos maiores atrativos da poupança é sua liquidez diária. Isso significa que você pode resgatar seu dinheiro a qualquer momento, sem enfrentar burocracias ou longos prazos de espera.
Se você solicitar um saque, o valor é creditado automaticamente na sua conta corrente, o que garante um acesso rápido e fácil aos recursos.
Essa característica é especialmente vantajosa quando comparada a outras modalidades de investimento, como fundos multimercados, que podem ter prazos de até semanas para liberar o dinheiro, ou ações com baixa liquidez, que podem demorar a ser negociadas no mercado.
Embora tenha liquidez diária, a remuneração da poupança funciona de maneira diferente de outros investimentos.
O rendimento da caderneta só é creditado na data de aniversário do depósito.
Ou seja, se você fizer uma aplicação no dia 10 de um mês, a rentabilidade só será creditada no dia 10 do mês seguinte. Se retirar o dinheiro antes dessa data, você perde o rendimento daquele período.
Esse modelo difere de produtos como CDBs e fundos de renda fixa, onde o rendimento é calculado e creditado diariamente.
Isso significa que, mesmo retirando antes do fim do mês, o investidor recebe uma parte proporcional do rendimento nesses outros produtos, enquanto na poupança isso não acontece.
A poupança oferece um nível de segurança muito alto, pois conta com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O FGC garante que, em caso de falência do banco, o investidor receberá de volta até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
Isso inclui tanto o saldo da poupança quanto de outros investimentos como CDBs emitidos pelo mesmo banco.
Essa segurança é um ponto positivo para quem deseja proteger seus recursos, principalmente em tempos de incerteza econômica.
Entretanto, é bom lembrar que o teto de R$ 250 mil se aplica ao total de investimentos na mesma instituição financeira, somando todas as aplicações cobertas pelo FGC.
O rendimento da poupança passou por uma reformulação significativa há alguns anos, refletindo as mudanças na política monetária e as condições macroeconômicas do Brasil.
Antes da alteração, a caderneta oferecia um rendimento fixo bastante atraente: 6% ao ano, somados à Taxa Referencial (TR).
No entanto, com o passar do tempo e a queda progressiva dos juros no país, essa regra se tornou insustentável para a realidade econômica.
Como resultado, o rendimento da poupança foi ajustado para acompanhar de maneira mais dinâmica as variações da Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira.
Atualmente, o rendimento da poupança segue uma lógica diferente, mais sensível às mudanças da Selic. As regras são as seguintes:
A alteração na regra de rendimento da poupança foi necessária porque, com a queda da Selic ao longo dos últimos anos, manter a remuneração fixa de 0,5% ao mês (ou 6% ao ano) se tornou inviável para o sistema financeiro.
Em cenários de juros baixos, onde a Selic atingiu patamares históricos menores, a poupança poderia, potencialmente, oferecer rendimentos descolados da realidade econômica, prejudicando a sustentabilidade dos bancos e desestimulando a alocação de recursos em investimentos mais produtivos, como o crédito imobiliário.
Essa nova regra, ajustada em função da Selic, visa garantir que a poupança permaneça competitiva como uma alternativa de aplicação em momentos de juros altos, mas sem comprometer a saúde financeira das instituições em cenários de juros baixos.
A Taxa Referencial (TR), que compõe o rendimento da poupança, também tem um papel importante, mas seu impacto vem sendo cada vez mais reduzido.
A TR é calculada com base nas taxas de juros dos CDBs prefixados emitidos por instituições financeiras, mas desde meados de 2017, a TR tem sido praticamente zero, o que significa que, na prática, o rendimento da poupança acaba sendo quase exclusivamente dependente da Selic.
Essa situação reduz ainda mais a competitividade da poupança, especialmente quando comparada a outras modalidades de renda fixa, como CDBs, LCIs e títulos públicos, que oferecem rendimentos superiores e são menos afetados por essa taxa referencial zerada.
Embora a poupança tenha se ajustado à Selic, o grande problema enfrentado por quem mantém seu dinheiro nessa modalidade de investimento é a inflação.
Nos últimos anos, a inflação corroeu o poder de compra dos brasileiros, e a poupança, com seu rendimento limitado, muitas vezes não consegue acompanhar a alta generalizada dos preços.
Quando o rendimento de uma aplicação não supera a inflação, o investidor perde poder de compra — ou seja, o dinheiro guardado vale menos com o passar do tempo.
Se olharmos para os ganhos reais da poupança, ou seja, o retorno após descontada a inflação, o cenário é ainda mais preocupante.
Em diversos momentos recentes, o rendimento da poupança foi insuficiente para superar a inflação, resultando em um ganho real negativo.
Isso significa que, mesmo com a aplicação na poupança, o investidor vê seu poder de compra diminuir ao longo do tempo.
Esse cenário faz com que a poupança seja considerada uma opção pouco atrativa quando comparada a outros produtos de renda fixa que oferecem rentabilidades superiores e, muitas vezes, com níveis de risco semelhantes.
Entre os investimentos mais comuns que têm superado a poupança, podemos destacar:
Com o cenário econômico atual, onde a inflação ainda preocupa e os juros apresentam certa volatilidade, a poupança se mantém como uma opção segura para quem quer simplicidade e liquidez imediata.
No entanto, seu baixo rendimento a torna menos atraente, principalmente para aqueles que estão em busca de crescimento de patrimônio ou mesmo de uma proteção efetiva contra a inflação.
Para quem deseja preservar o poder de compra e obter rendimentos reais positivos, a poupança já não cumpre esse papel.
Optar por outros investimentos de renda fixa pode ser uma solução mais eficiente para quem busca manter suas economias seguras, mas com retornos melhores.
Vale lembrar que produtos como CDBs, LCIs, LCAs e títulos públicos também podem ser isentos de IR, ou oferecerem rendimentos significativamente maiores, sem abrir mão da segurança proporcionada pelo FGC.
O grande problema da poupança hoje é que seu rendimento muitas vezes fica abaixo da inflação, o que significa que, na prática, o dinheiro investido perde poder de compra ao longo do tempo.
Se a inflação estiver alta e a rentabilidade da poupança não acompanhar esse aumento, o investidor pode estar perdendo dinheiro sem perceber.
Vamos a um exemplo:
Ano |
Rendimento da Poupança |
Inflação (IPCA) |
2018 |
4,62% |
4,20% |
2017 |
6,61% |
3,26% |
2016 |
8,30% |
7,31% |
2015 |
8,07% |
11,54% |
2014 |
7,07% |
7,39% |
Quando a inflação supera a rentabilidade da poupança, o retorno real (rendimento ajustado pela inflação) se torna negativo, o que significa que o investidor perde poder de compra ao longo do tempo.
Apesar de ser uma das aplicações mais populares entre os brasileiros, a poupança vem perdendo seu apelo nos últimos anos.
Sua simplicidade, ausência de custos e isenção de Imposto de Renda (IR) continuam sendo atrativos importantes, especialmente para investidores iniciantes ou aqueles que buscam apenas uma reserva de emergência.
No entanto, as condições econômicas atuais, especialmente com a inflação alta e a Selic em patamares voláteis, fazem com que a rentabilidade da poupança seja cada vez menos interessante, levando a uma perda real de valor.
Em termos práticos, a poupança já não consegue proteger o poder de compra dos investidores.
Com a inflação corroendo o valor do dinheiro e o rendimento da poupança frequentemente abaixo da taxa inflacionária, o retorno é insuficiente para manter o padrão de consumo no futuro.
Ou seja, embora o dinheiro guardado continue crescendo nominalmente, em termos reais, ele pode perder valor, especialmente em um cenário onde a inflação está alta.
Para quem está disposto a sair da poupança e buscar alternativas mais rentáveis no mercado, há opções de renda fixa que oferecem um retorno superior, sem abrir mão de segurança e com liquidez adequada.
Essas alternativas também apresentam a vantagem de poder superar a inflação, garantindo um ganho real positivo.
A seguir, detalhamos quatro das opções mais promissoras para substituir a poupança:
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são uma das alternativas mais populares à poupança. Emitidos pelos bancos para captar recursos, os CDBs oferecem rendimentos atrelados a índices como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) funcionam de maneira similar aos CDBs, mas com um grande diferencial: são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas.
Isso faz com que, mesmo com uma rentabilidade um pouco menor que a de alguns CDBs, as LCIs e LCAs ainda sejam muito vantajosas para investidores de renda fixa.
Os títulos públicos emitidos pelo governo federal, especialmente o Tesouro Selic, são uma das alternativas mais seguras e rentáveis para investidores conservadores que desejam sair da poupança.
Ao investir em títulos públicos, o investidor está, na prática, emprestando dinheiro ao governo, que oferece remuneração baseada na Selic.
Os fundos de renda fixa são uma opção interessante para quem deseja diversificar suas aplicações e acessar um portfólio mais robusto de investimentos em títulos de renda fixa, como CDBs, LCIs, LCAs e títulos públicos.
Esses fundos são geridos por profissionais e podem oferecer retornos mais consistentes, especialmente em cenários de juros em alta.
Em um cenário de inflação elevada e juros oscilando, a poupança não consegue entregar rendimentos suficientes para proteger o poder de compra dos investidores.
As alternativas de renda fixa, como CDBs, LCIs, LCAs, títulos públicos e fundos de renda fixa, oferecem rendimentos superiores, mesmo com a incidência de IR em alguns casos.
Enquanto a poupança é atraente pela simplicidade e segurança, as demais opções de renda fixa oferecem uma relação risco-retorno mais equilibrada, especialmente para quem busca crescimento patrimonial.
No longo prazo, essas alternativas permitem que o investidor mantenha seu dinheiro seguro, mas com um rendimento capaz de bater a inflação e, assim, garantir ganhos reais.
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