Azul (AZUL4) capta R$ 600 milhões para reforçar caixa após ‘tombo’ nas ações
A operação ocorre após a empresa concluir uma oferta primária de ações abaixo das expectativas, o que agravou a pressão sobre seus papéis.

✈️ A companhia aérea Azul (AZUL4) informou nesta quarta-feira (30) a obtenção de um financiamento adicional de R$ 600 milhões, como parte da estratégia para reforçar seu caixa em meio ao forte recuo de suas ações na B3 (B3SA3).
A operação ocorre após a empresa concluir uma oferta primária de ações abaixo das expectativas, o que agravou a pressão sobre seus papéis e levantou dúvidas sobre sua saúde financeira no curto prazo.
Por volta das 16h35, as ações da Azul caíam 9,20%, negociadas a R$ 1,58. No acumulado de 2025, a companhia já perdeu mais de 50% de seu valor de mercado, após ser a pior ação do Ibovespa em 2024, com queda de quase 78%.
A recente emissão de 464,1 milhões de ações preferenciais arrecadou US$ 1,66 bilhão, bem abaixo do teto pretendido de US$ 4,1 bilhões.
Com isso, a frustração do mercado intensificou o movimento de vendas e aprofundou o tombo nas cotações.
Como foi a nova operação de crédito?
O empréstimo de R$ 600 milhões foi obtido junto a credores atuais, estruturado por meio da emissão de notas garantidas em reais, com vencimento em seis meses.
Essas notas são lastreadas por recebíveis de cartões de crédito e débito provenientes da venda de passagens da companhia.
Segundo a Azul, a operação não exigiu mudanças nas condições de dívidas já existentes, como debêntures conversíveis e outras notas garantidas.
A ideia é fortalecer a posição de liquidez enquanto busca caminhos para equilibrar sua estrutura de capital.
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Cade avalia codeshare com GOL e fusão segue em pauta
Outro ponto que tem gerado volatilidade nas ações da Azul é a análise do Cade sobre o acordo de compartilhamento de voos (codeshare) firmado com a GOL (GOLL4) em julho de 2024, envolvendo 40 rotas.
O órgão antitruste decidiu abrir investigação formal sobre os efeitos da parceria no setor.
Paralelamente, Azul e holding Abra (controladora da GOL) seguem negociando uma possível fusão.
📊 Um memorando de entendimento foi assinado em janeiro e prevê a união das duas operações, o que poderia criar um gigante com 60% do mercado doméstico — superando a LATAM, hoje líder com 40%.

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