Banco do Brasil (BBAS3): Itaú BBA corta preço-alvo e projeção de dividendos
Analistas acreditam que o BB ainda terá alguns trimestres difíceis pela frente, por causa de dificuldades no mercado de crédito.

O Banco do Brasil (BBAS3) decepcionou no primeiro trimestre, mas corre o risco de apresentar resultados ainda "piores" nos próximos trimestres.
✂️A avaliação é do Itaú BBA, que, por isso, cortou o preço-alvo e as projeções de resultados e distribuição de dividendos para o BB em 2025.
Em relatório publicado nesta terça-feira (10), os analistas do Itaú BBA argumentam que o Banco do Brasil vem apresentando dificuldades no mercado de crédito, tanto no agronegócio, quanto em outros segmentos, como o varejo e o corporativo.
A expectativa é, então, que "os próximos trimestres sejam piores do que o 1T devido aos cronogramas naturais de pagamento/atraso do crédito".
Lucro menor em 2025
Diante do maior risco de inadimplência e renegociações, o Itaú BBA acredita que o Banco do Brasil pode ter que elevar novamente as suas provisões para perdas associadas ao risco de crédito.
Essa despesa, no entanto, deve pressionar os próximos resultados da instituição. Por isso, o Itaú BBA cortou em 33% a projeção para o lucro do BB em 2025.
🏦Para os analistas, o Banco do Brasil deve entregar um lucro de R$ 25 bilhões neste ano, o que implicaria em uma redução de 34% do resultado, que alcançou a marca recorde de R$ 37,9 bilhões em 2024.
Uma recuperação dos resultados só é esperada no segundo semestre do próximo ano. Por isso, o Itaú BBA também cortou a projeção para o lucro do BB em 2026. A previsão caiu 30%, para R$ 30 bilhões.
Neste cenário, o Itaú BBA projeta um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 12,8% em 2025 e 14,5% em 2026 para o BB.
Dividendos
Diante da perspectiva de uma menor rentabilidade, o Itaú BBA também reviu as projeções para os dividendos do Banco do Brasil.
💲 A expectativa é de que a instituição distribua 30% dos resultados deste ano aos acionistas, o que implicaria um DY (Dividend Yield) de 6%.
O Itaú BBA acredita, então, que o BB não vai cumprir o seu guidance, que prevê a distribuição de 40% a 45% do lucro líquido de 2025 para os acionistas, sob a forma de dividendos e/ou JCP (Juros sobre o Capital Próprio).
Preço-alvo
Com essa perspectiva, o Itaú BBA também cortou o preço-alvo para as ações do Banco do Brasil, de R$ 29 para R$ 25. A instituição, por sua vez, manteve uma recomendação neutra para o papel.
📉 As ações do BB já caíram mais de 25% desde a apresentação dos resultados do primeiro trimestre, em 15 de maio. Por isso, já são negociadas abaixo dos R$ 22 na B3, o menor nível desde 2023.
O papel, por sinal, cai novamente nesta terça-feira (10). Às 12h47, recuava 0,55%, a R$ 21,61.
Outros rebaixamentos
O Itaú BBA não é o primeiro a rever suas projeções para o Banco do Brasil. XP e Santander, por exemplo, cortaram a recomendação para as ações do BB, de compra para neutra, nas últimas semanas.
A onda de revisões começou depois que o lucro do BB encolheu 20,7% no primeiro trimestre, para R$ 7,37 bilhões.
O resultado foi impactado pelo aumento da inadimplência no setor agropecuário, além da alta da Selic e de mudanças regulatórias, já que uma nova resolução do Banco Central exigiu um aumento substancial das provisões para perdas esperadas.

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