Da Faria Lima ao cinema: Quem é a Reag (REAG3), investigada por ligação com o PCC

Quem movimenta ações na bolsa de valores ou simplesmente passa pela Avenida Paulista, em São Paulo, já deve ter ouvido falar na Reag Investimentos (REAG3). Na manhã desta quinta-feira (28), a empresa foi pega de surpresa pela Polícia Federal em uma operação que investiga ligações com o grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital).

Entre mais de 350 alvos da Operação Carbono Oculto, a companhia listada na B3 foi um deles, conforme destacaram os policiais. A ação começou por volta das 7h da manhã, quando os agentes da PF chegaram à sede da empresa, na zona oeste de São Paulo.

Além do endereço comercial, outros escritórios também foram alvo de busca e apreensão nesta que já é considerada a maior operação envolvendo empresas da Faria Lima.

Embora tenha uma trajetória de mais de 10 anos no mundo financeiro, a Reag entrou no radar dos investidores no começo deste ano, quando passou a deter a maior parte das ações da GetNinjas. A companhia realizou o chamado IPO reverso e incluiu o aplicativo — que passou a ter seu nome — no portfólio do grupo de investimentos.

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A marca também é a atual patrocinadora do Cine Belas Artes, em São Paulo, um dos principais cinemas de rua da cidade. Depois de um longo período de trocas, no começo de 2024, a Reag decidiu fazer um aporte milionário para adquirir o naming rights do espaço icônico.

Mas não são esses os core business do grupo de investimentos, que nasceu para fazer gestão de patrimônio. Entre as diversas subsidiárias que mantém, o grupo é responsável pela gestão de quase R$ 300 bilhões em fortunas.

Entre os serviços disponibilizados ao público, estão: gestão de fundos de investimento e fundos imobiliários, oferta de produtos de crédito estruturados e cotas de private equity. Com isso, nos últimos anos, a empresa se tornou a maior gestora independente do país, sem nenhuma ligação com bancos.

Empírica Investimentos, Hieron, Berkana, Rapier, Quadrante e Quasar são algumas das casas que estão sob o guarda-chuva da companhia-mãe. Listada na bolsa de valores, a gestora ainda não divulgou o balanço do segundo trimestre, o que levanta dúvidas do mercado sobre a governança corporativa.

O fundador da Reag é João Carlos Mansur, que também atua como presidente-executivo da companhia. Além disso, ele também informa que é membro do conselho de administração de ao menos outras cinco empresas.

Após a operação da PF, a Reag publicou um fato relevante confirmando que foi alvo das buscas e que deve manter os acionistas informados sobre os desdobramentos do caso. “A companhia esclarece que está colaborando integralmente com as autoridades competentes, fornecendo informações e documentos solicitados, e permanecerá à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários”, afirmou.