Renda fixa isenta de IR dispara 64% em emissões em 2025; saiba como está a demanda por debêntures

Anbima revela que o mercado de emprestar dinheiro diretamente para empresas brasileiras segue atraindo investidores por conta dos juros elevados

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Publicado em 27/05/2025 às 15:33h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 27/05/2025 às 15:33h Atualizado 2 meses atrás por Lucas Simões
Investidores também aproveitam a renda fixa isenta no mercado secundário, debêntures que podem oferecer um prêmio maior (Imagem: Shutterstock)
Investidores também aproveitam a renda fixa isenta no mercado secundário, debêntures que podem oferecer um prêmio maior (Imagem: Shutterstock)

🤑 Engana-se quem pensa que a renda fixa isenta da cobrança de imposto de renda (IR) deixou de pagar altos rendimentos a quem empresta dinheiro diretamente a empresas, ao se aventurarem nas chamadas debêntures incentivadas. Tanto é que as emissões desse tipo de investimento disparam 64% nos quatro primeiros meses de 2025.

Uma rápida consulta na aba de investimentos em renda fixa do Investidor10 nesta terça-feira (27) aponta que ainda existem oportunidades de investimento que oferecem juros compostos acima de 15% ao ano, como, por exemplo, a Debênture Incentivada emitida pela Vero com Taxa Prefixada de 15,30% ao ano, com vencimento somente no dia 15 de março de 2031.

Embora o investidor não possa contar com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) e fique exposto ao risco de calote da Vero, uma companhia brasileira de telecomunicações, o potencial de retorno entregue pelas debêntures incentivadas é consideravelmente superior à rentabilidade de um CDB (Certificado de Depósito Bancário) pagando 100% do CDI.

Isso porque a ferramenta do Investidor10 calcula que uma aplicação de R$ 1 mil na Debênture Vero Pré-Fixado 15,30% ao ano retornaria R$ 2.352,16 nos próximos 70 meses, enquanto o CDB oferecendo 100% do CDI renderia R$ 1.801,53 nas mesmas condições.

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Demanda por renda fixa isenta

As emissões de debêntures incentivadas somaram R$ 55,2 bilhões no primeiro quadrimestre, com um crescimento de 64,0% na comparação com o mesmo intervalo no ano anterior. O volume é o maior já registrado para esse período na série histórica da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), iniciada em 2012.

"A demanda por essa classe de ativo continua muito forte, boa parte explicada pela contínua captação positiva dos fundos incentivados. O nível atual dos juros também é visto como uma oportunidade de alocação para os investidores", afirma Cristiano Cury, coordenador da Comissão de Renda Fixa da Anbima.

🚚 O setor de empresas que mais emite debêntures incentivadas para pegar dinheiro emprestado dos investidores é de transportes e logística, que responde por 41,7% das captações nos primeiros quatro meses do ano, seguido de energia elétrica (33,3%) e saneamento (13,1%).

Já o prazo médio de vencimento dos títulos de renda fixa isenta chegou a 15,8 anos, bem superior ao registrado entre janeiro e abril de 2024, cuja média era de 12,1 anos. Portanto, reforça ao investidor que as debêntures incentivadas são adequadas para objetivos de médio a longo prazos.

No mercado secundário de renda fixa, disponível nas corretoras de valores, as negociações de debêntures incentivadas atingiram R$ 25,3 bilhões em abril, levando o acumulado do ano a R$ 103,4 bilhões, montante 33,5% superior ao contabilizado no mesmo período do ano passado.